Monday, January 26, 2009

Dicen
Que tus caricias no han de ser mías
Que tus amantes brazos no han de estrecharme
Y yo he soñado anoche que me querías
Y aunque después me muera
Quiero besarte
Dame un beso y olvida
Que me has besado
Yo te ofrezco la vida si me la pides
Y si llego a besarte, como he soñado
Ha de ser imposible
Que tu me olvides

por

Marina de La Riva

Friday, January 9, 2009

Teu corpo pertence a ti, só a ti; só tu no mundo tens o direito de desfrutar dele e de deixar desfrutar dele quem bem entenderes. Aproveite o tempo mais feliz de sua vida. São muito curtos esses anos felizes de nossos prazeres.

A Arte de Ter Prazer, Michel Onfray

Wednesday, January 7, 2009

vinha pedir-lhe amor, como se fosse um pouco de arroz ou assim. é porque também precisaria de pouco. a mim qualquer coisa me basta e vindo de si, juro-lhe, o vir de si já seria mais do que suficiente. não me considere disparatado. pode ser um disparate o que faço, mas é de um juízo grande tudo o que fazemos para ir de encontro ao coração quando o coração está certo

http://casadeosso.blogspot.com/

Thursday, January 1, 2009

sábado

Um casal discutia em frente à minha janela. Levantei-me da cama, num sobressalto, sentei-me na pedra a observar. Nunca me tinha intrometido numa coisa assim e, embora eles não me vissem, aquela era também a minha discussão. Estávamos, assim, os três, numa madrugada triste.
Ela acabou com ele. Ele não a deixou ir embora. Estava doente de ciúmes e sofria, meu deus, como sofria aquele homem cheio de alcoól nas palavras, cheio de amor, sem ver nada que não as escadas onde ela se esqueceu de o ver. E embora toda aquela discussão fosse ridícula, embora haja sempre umas escadas onde alguém nos faz esquecer que há um amor no primeiro degrau, à espera, embora toda aquela violência apaixonada não obedecesse às regras da lógica e mesmo sabendo que a única coisa que ele poderia ter feito seria apertá-la com força por entre os braços (quando ela o encontrasse, só, à espera no degrau, esquecido), ele sentiu. E ela mentia, ela, que tinha razão, ela, que não precisava de uma cena, ela que não tinha feito nada de mal. Quero dizer, ela falava a verdade. Ela encontrou um amigo, com quem falou. Só.
Mas esqueceu-se. E tenho a certeza que ele viu que os olhos dela se abriram de outra maneira. E que o corpo se curvava enquanto ria de um modo diferente. E que estava desajeitada, como uma menina. Ele sentiu.