Wednesday, June 4, 2008

Sabia-te deitado, sabia-te dormido
Sabia que sabias às coisas a que sabes
Sabia-te silêncio
Sabia-te de súbito, subindo com as aves
Sabia-te sozinho, sabias o meu nome
E tudo o que eu sabia, sabias tu também
Ambos sabíamos a sal e mel, ternura e fome
E do que sabíamos não sabia mais ninguém
E eu sabia que havia um dia de cantar-te
Sabia que por tudo o que em ti canto
Te amaria...
E que haveria de morrer de tanto amar-te
Eu sabia meu amor, eu juro que sabia...
Sabíamos os sons e as cores do infinito
Sabíamos viver e encher de profecias tudo o que o tempo não sabe
Mas está escrito em tudo o que há muito pouco não sabias.

Luís Oliveira/Mafalda Sacchetti

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